Segundo especialistas, é preciso compreender que os valores são diferentes e aprender com eles.
Patrícia Lucena, iG São Paulo | 24/05/2011 05:57
Foto: Divulgação / TV Globo
Camila Pitanga e Antônio Fagundes: diferença de idade pode causar desentendimentos entre chefe e chefiado.
Ter um chefe mais novo pode gerar alguns incômodos para muitos profissionais. Na novela Insensato Coração, por exemplo, a atriz Camila Pitanga atua como chefe de Antônio Fagundes. Os dois viviam brigando – e um dos motivos de discordarem tanto pode ser pela questão de a líder ser mais nova do que o liderado. Na vida real, esses problemas também acontecem.
O gerente de operações de previdência da seguradora Metlife, Fernando Giron, tem 31 anos e conta que metade da sua equipe é composta por profissionais com uma idade superior à dele. “É um desafio inicial, porque você está lidando com pessoas mais conservadoras. Você acaba ficando com um pouco de receio de eles acharem você muito inovador.”
Por outro lado, Giron afirma que aprende muito com seus funcionários mais velhos. “Eles têm uma grande experiência de vida e profissional. Isso ajuda muito no gerenciamento de pessoas.”
Villela da Matta, presidente da Sociedade Brasileira de Coaching, afirma que o profissional mais velho deve entender que não é a idade que define em qual posição ele deve estar, mas sim suas habilidades e competências técnicas e comportamentais.
Segundo Matta, na maioria das vezes o que acontece é um questionamento em relação à capacitação do profissional que está acima. E esse é um dos principais desafios enfrentados pelos chefes mais novos. “Ele deve ter mais conhecimentos técnicos ou de liderança do que daqueles que estão abaixo.”
“Quando você assume um cargo de gerência, o primeiro pensamento é provar sua competência técnica e conceitual”, destaca Giron. Mas, segundo ele, quando você começa a lidar com a equipe e fazer o gerenciamento das pessoas, de uma forma natural elas passam a enxergar seu potencial. Com isso, entendem que o chefe não precisa, necessariamente, ter mais conhecimentos técnicos do que seu subordinado, e sim capacidade de liderança.
Por isso, Giron afirma que o mais importante é ter humildade na gestão de pessoas mais velhas. “Isso é fundamental para manter a equipe unida e motivada. Não adianta passar por cima de tudo para alcançar os seus objetivos.” Na sua opinião, ter funcionários mais velhos é uma troca de experiências na qual um aprende com o outro para, juntos, atingirem o resultado final.
Ana Luísa Pilopas, coach certificada pelo International Coaching Federation (ICF), afirma que as visões também são muito diferentes. “Uma pessoa mais velha está acostumada a ter um trabalho mais estruturado, com um horário certo. Já o mais novo tem um tempo de trabalho mais flexível, pois está sempre conectado.”
Segundo Giron, os atritos são naturais e acabam acontecendo, mas não pela idade e sim devido às atividades do dia a dia.
Como ter uma boa relação
O líder mais novo deve ter em mente que os valores podem ser diferentes. Enquanto uma pessoa mais nova se preocupa com crescimento, evolução, aprendizado constante e desenvolvimento, o profissional mais experiente quer segurança e respeito. “Por isso, a importância de se perceber qual o valor de cada um na equipe e, independentemente da idade, buscar satisfazê-los”, destaca Matta.
Alexandre Rangel, sócio da consultoria Alliance Coaching, acredita que a aceitação mútua passa pela análise do lado bom das duas partes: a experiência dos mais velhos e a inovação dos jovens. “Vai ser inteligente aquele mais velho que souber ajudar a liderança dos mais novos para atingir seus próprios propósitos. E vai ser sábio aquele mais novo que pedir ajuda aos subordinados mais velhos que têm muita experiência e podem contribuir com ele.”
Márcia Martins, de 50 anos, é supervisora de operações de previdência da Metlife e subordinada de Giron. Para ela, a idade não interfere. “Tenho muito respeito pela pessoa que me lidera. Ele também me respeita pela minha maturidade e profissionalismo. E é isso o fundamental para uma relação de trabalho.”
Segundo Márcia, chefes mais jovens são uma tendência do mercado, já que o conhecimento da tecnologia e a facilidade de aprendizado desses profissionais favorecem a inovação. “Mas, os mais velhos têm a experiência e isso faz com que eles se completem, desde que se respeitem.”
Rangel afirma que os mais novos devem ter consciência de que podem aprender muito com os mais velhos e vice-versa, independentemente do cargo. “Apesar de chefe, muitas vezes o profissional mais novo não tem a experiência gerencial do mais velho. Ele tem a tecnologia, mais desenvoltura e é mais articulado com todo o mundo digital, mas tem muito que aprender com aquela pessoa que está liderando.” O consultor destaca que é preciso humildade de ambas as partes, para que um aprenda com o outro.
Fonte: IG
Parabéns pelo blog.
ResponderExcluirMuito bacana.
Abraço e Sucesso!
Muito bom o blog. Eu mesmo já fui Chefe de Projetos, e hoje trabalho em pequena Empresa como mero Projetista Desenhista. chefiado por mais jovem. Mas tudo bem, aceito numa boa, foi escolha minha.
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