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O discurso do apagão de talentos está mascarando uma incompetência das empresas.

Revista Você S/A

Papo Gasto

O discurso do apagão de talentos está mascarando uma incompetência das empresas.

Paula Giannetti, do Santander: os talentos existem, mas é preciso encontrá-los.

O assunto mais discutido no mercado de trabalho no Brasil, hoje, é a falta de profissionais qualificados. Isso é verdadeiro para algumas carreiras, como os engenheiros de minas ou profissionais que trabalham no setor de óleo e gás. Porém, as áreas de recursos humanos de muitas empresas têm usado o discurso do apagão de talentos para maquiar uma deficiência nos processos de recrutamento: a falta de comunicação adequada para atrair jovens. Ao usar o filtros antigos de seleção, as companhias são incapazes de detectar as qualidades dos profissionais em início de carreira, que acabam barrados. Ou seja, perdem pessoas e empresas. Nos últimos três anos, Paula Giannetti, superintendente de RH do Santander, liderou um projeto que redefiniu a estratégia do banco na comunicação com os jovens e revelou algumas verdades inconvenientes sobre a falta de mão de obra. Veja quais são elas:

3 Conclusões do Santander

ü  Existe gente no mercado: 
Todos os anos, as universidades brasileiras formam, em média, 800 000 profissionais. Não há sentido em falar sobre falta de gente. “Temos 5 milhões de jovens universitários”, diz Paula. 

ü  Treinamento resolve:
É verdade que muitos chegam ao mercado com deficiências de formação. Mas isso pode ser corrigido com treinamento adequado. 

ü  Requisitos certos:
Antes do projeto o Santander recrutava 30 jovens por ano em programa de trainee. Os filtros eram universidade top de linha, currículo e língua estrangeira. No passado, o banco recrutou 650 jovens, usando os seguintes filtros: CAPACIDADE DE APRENDER e HABILIDADE DE CRIAR RELACIONAMENTOS e SE DESENVOLVER VIA WEB.

Edição:
Murilo Ohl
Reportagem:
Andrea Giardino, Erica Martin, José Eduardo Costa, Luiz de França, Nataly Pugliesi e Renata Avediani.
Fonte: Revista Você S/A edição 155 - Maio 2011

Headhunter comenta, sobre o tema:
Por Juliana Starosky

Podemos apenas pensar que esse assunto se refere aos jovens profissionais que estão ingressando em suas carreiras profissionais. Contudo, não somente pode-se aplicar esse conceito a eles como aos especialistas e executivos no mercado de trabalho no cenário atual ao qual o Brasil se encontra, devido o crescimento das empresas e vinda de novas.

Verifico que existem centenas de profissionais possuem experiência profissional, mas não possuem idiomas fluentes ou formação/certificações específicas e por essa razão são descartados em processos seletivos e o mais importante que é a capacidade de aprender a habilidade de criar relacionamentos e se desenvolver através da web, são deixados de lado.

As organizações/gestores ainda tem o desejo de ter em sua equipe, “profissionais prontos” que atendam diretamente o seu negócio. E são exatamente esses profissionais “prontos” que são os mais assediados pelo mercado de trabalho e são difíceis de atrair, pois já estão com uma excelente remuneração e satisfeitos em sua empresa, e a empresa onde estão, entendem que é necessário realizar um plano de retenção para não perdê-los para a concorrência.
Somente, por essa razão que muitos profissionais que não são considerados “prontos”, ficam na espera da sorte de alguma empresa montar uma descrição de perfil que o mesmo a venha a atender.

Concordo perfeitamente com a estratégia do Santander e dou meus parabéns à estratégia adotada pela Paula. É mais importante à empresa ter bons profissionais que ela mesma possa desenvolver do que ficar “batendo cabeça” no mercado tentando atrair um profissional “top de linha” que por ser tão assediado pelo mercado de trabalho, não se tem a garantia que o mesmo permaneça durante muito tempo na empresa. E além dos custos que a empresa terá, para atrai-lo e mantê-lo durante um bom tempo. Esse mesmo profissional exige da empresa, plano de carreira, treinamentos, bom salário, benefícios, etc.

Antes de começar a olhar o mercado de trabalho, é necessário olhar para dentro de sua corporação, principalmente para o seu negócio, e entender o que pode ser oferecido a esse profissional, para não se perder tempo e dinheiro.

Comentários

  1. Fernanda,
    Muito legal o topico o politicamente correto, porem na pratica nada disto é empregado na realidade nesta empresa citada.
    Santander é uma empresa Gigante e Fantastica, e como toda as grandes, está prestes a perder grandes talentos devido a falta de cuidado.
    Tenho grandes amigos nesta empresa, que ja estão com o Curriculo no Mercado porque o Santander não esta muito preocupado com estes talentos.

    Espero que o Santander venha repensar a politica de Talentos, porque quem esta perdendo é o proprio santander.

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  2. A análise realmente é interessante mas a tríade "capacidade de aprender, a habilidade de criar relacionamentos e se desenvolver através da web" não se aplica na prática. O discurso é extenso, e com certeza muitos profissionais estão se perguntando agora, inclusive eu, quando e como isso é aplicado pois raramente conseguem identificar esse modelo nas empresas atuais ou nas quais já passaram. A não ser que o sujeito trabalhe na "Google" ou empresa semelhante, também acho muito difícil que grandes empresas se desapeguem do modelo tradicional para adotar tamanha mudança. Isso porque no seu último post, que fala justamente das mudanças, é preciso ver quem está a frente do que chamamos de setor responsável pela gestão das pessoas. O setor ou as pessoas, não importa, devem estar preparadas para assumir grandes mudanças que valorizem elas mesmas... afinal falamos de pessoas e reter talentos, tbm é um grande "talento". Não podemos esquecer que o Brasil tem mais de 5 milhões de pequenas e médias empresas e que grande parte dos profissionais trabalham nelas e a maioria não possui o tradicional plano de cargos e salários ou o avançado plano de carreira...

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  3. Boa Tarde Saska,

    Agradeço primeiramente sua colaboração e opinião no grupo.
    Contudo, não concordo com sua opinião quando diz que atualmente é difícil encontrar profissionais nas empresas atualmente com essas três compentências: capacidade de aprender, a habilidade de criar relacionamentos e se desenvolver através da web.

    A grande maioria dos profissionais tem capacidade de aprender, habilidade de criar e criar relacionamentos e se desenvolver através da web, mais ainda. Prova disso, são as redes sociais onde as empresas liberam acesso para troca de experiências profissionais.

    Grande abraço,

    Juliana Starosky

    ResponderExcluir
  4. Olá Juliana, acho que me expressei mal, não me referi aos profissionais e sim às empresas que não estão capacitadas para identificar isso nas pessoas, até porque me incluo nas 3 competências e nas empresas as quais trabalhei ou prestei serviços, esses modelos de reconhecer "talentos" são raros...
    Desfeito o equívoco..rss

    Abraços
    Saska

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