As razões que levam as pessoas a mentirem de forma compulsiva são variadas, mas seus efeitos são similares: o primeiro a ser enganado é o próprio contador, que não vê a fronteira entre a verdade e a fantasia, afasta-se da realidade e encaminha-se pouco a pouco a uma crise emocional. O que fazem, sentem e procuram os mentirosos? O que encobre suas mentiras? Como identificá-los?
"Uma vez, quando caí em um pântano, consegui salvar minha vida ao jogar com força meus cabelos para cima, içando a mim e a meu cavalo fora das águas". É a mentira mais célebre do mais célebre dos mentirosos da história: o barão Karl Friedrich Münchhausen, cujo sobrenome·denomina uma síndrome caracterizada pelo fingimento de doenças ou lesões para o recebimento de tratamento como doente.
As incríveis histórias de caça e guerra, que há mais de dois séculos eram contadas por este barão alemão que afirmava ter voado em balas de canhão, ter estado na Lua ou ter tido criados que faziam a grama crescer ou movimentavam os moinhos soprando, são tratadas hoje pela Psicologia com nome e sobrenome: mentiras patológicas.
Embora em alguns casos a mentira patológica seja a característica mais notável do comportamento de um indivíduo, este quadro costuma ser apenas a ponta do iceberg de uma pessoa que pode ter uma personalidade patológica, distúrbios psicológicos e problemas psiquiátricos ou distintos conflitos e carências emocionais.
Alguns mentirosos patológicos têm consciência da sua incapacidade de estabelecer um diálogo sem que nele haja mentiras, mas, no entanto, não conseguem controlar esta conduta. Outros não percebem suas mentiras e vivem em um mundo de fantasias. Todos pagam um alto preço por inventar, deturpar e aumentar a verdade: vivem "vidas de mentira", repletas de fantasmas, mal-estar e problemas que não são solucionados.
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