As dificuldades enfrentadas no mundo corporativo levam muitas profissionais a optarem pelo empreendedorismo
A luta das mulheres por igualdade profissional vem de longa data. Melhores salários, oportunidades iguais às dos homens, mas, acima de tudo, respeito no ambiente profissional.
Embora muitas mulheres já ocupem cargos de liderança, a resistência no mercado de trabalho ainda existe, segundo Madeleine Blankenstein, sócia e diretora do IBC – International Business Center da Grant Thornton Brasil. O estudo realizado pela especialista aponta que mais de 55% das brasileiras possuem qualificação, mas ainda enfrentam resistência para conquistar boas vagas por conta do desejo em formar uma família.
Para Sérgio Nardi, consultor em gestão empresarial, muitos empresários ainda acreditam que o gasto com auxílio maternidade é totalmente desnecessário e, para ele, a concessão do benefício faz com que as mulheres não tenham a mesma chance de promoção que os homens.
Rompendo barreiras
De acordo com a pesquisa realizada em diversos países do mundo pela Grant Thornton International Business Report (IBR), as mulheres têm rompido a barreira do preconceito e já conseguem se igualar aos homens em cargos de liderança. Ao todo, as mulheres brasileiras respondem por 41% da força de trabalho, sendo que 24% delas conseguem ocupar cargos de liderança dentro das empresas.
Quando se trata de cargos de direção, as mulheres saem na frente: aos 36 anos contra uma média de 40 anos para os homens, segundo dados e pesquisa realizada pela Catho, empresa de recrutamento.
Já em relação ao salário, as mulheres ainda ganham em média 22% menos que o sexo oposto na mesma função.
Quando a beleza não conta ponto
Outro paradigma a ser quebrado pelas profissionais é em relação à beleza, que segundo uma pesquisa realizada pela Ze’ev Shtudiner e Bradley Rufle, apresentada na conferência anual da Royal Economic Society, em Londres,dos cinco mil currículos selecionados para uma vaga, uma mulher bonita pode ter 30% menos chance de ser contratada.
A afirmação é baseada no fato de que 96% dos profissionais que comandam os processos seletivos são mulheres solteiras com idade entre 20 e 30 anos e que, neste caso, o preconceito muitas vezes vem das próprias mulheres, que vetam as candidatas femininas por serem bonitas.
“É a famosa inveja feminina que dificulta a entrada de outras mulheres no mercado de trabalho. Ou seja, além de competir com o homem, a mulher enfrenta a si mesma na luta por igualdade”, ressalta o consultor Sérgio Nardi.
Novos caminhos
Uma solução que tem sido encontrada pelas mulheres está sendo partir para o empreendedorismo. De acordo com o estudo do SEBRAE, realizado pela Global Enterprenurship Monitor (GEM), 49,3% dos empreendedores brasileiros são do sexo feminino.
Para Madeleine Blankenstein, sócia e diretora do IBC – International Business Center da Grant Thornton Brasil, a eleição da presidenta Dilma pode melhorar consideravelmente a situação da mulher no mercado de trabalho.
No entanto, resta a ela enfrentar o dilema de conciliar o trabalho sem deixar a vida pessoal de lado, como o que acontece com muitas mulheres na faixa dos 30 anos que abandonam seus empregos para ser mãe e depois voltam a trabalhar apenas no mercado informal ou, ainda, não retomam sua carreira.
“Isto faz com que todo o estudo e conhecimento adquirido por elas se perca ao longo dos anos, dificultando ainda mais que consigam importantes colocações dentro das empresas”, afirma Madeleine.
Fonte:
Comentários
Postar um comentário