Por Juliana Starosky
Na minha trajetória de mais de 20 anos ouvindo histórias de carreira algumas bem-sucedidas, outras desafiadoras aprendi que:
Nem sempre é a crítica que nos fere, mas sim o lugar dentro de nós que já acreditava nela.
Como psicóloga e mentora de carreira que tem como missão ajudar Executivos e Gestores a construirem sua Marca Pessoal, percebo que muitos deles carregam, silenciosamente, a dor de um comentário mal digerido, uma avaliação distorcida, uma etiqueta que colaram neles em algum momento da trajetória: “difícil de lidar”, “pouco estratégico”, “muito emocional”, “bom técnico, mas sem liderança”.
Essas frases ficam ecoando. E, com o tempo, podem virar identidade.
Aqui na Starosky Consultoria já ouvi coisas como:
- "Juliana, eu preciso melhorar minha estratégia no negócio porque recebi isso como feedback da liderança" - Mas, a pessoa é uma executiva que chegou ao maior cargo em sua empresa e com muitas conquistas no currículo, conversando com ela descobri que o problema não é a estratégia mas sim aprender a dizer Não! para seu colega prolixo que fala demais e não a deixa expor sua construção dentro da empresa.
- "Juliana eu não tenho a visão consultiva preciso melhorar isso, recebi como feedback da liderança." - Mas, quando fui investigar na mentoria descobri que na verdade a pessoa é mais consultiva que sua própria liderança que está no lugar errado e por insegurança essa liderança descontrói a autoconfiança desse profissional.
Casos da História que vocês conhecem
🎬 Walt Disney
Antes de criar um império do entretenimento, Walt Disney foi demitido de um jornal por “falta de criatividade”. Sim, exatamente ele, o criador de Mickey Mouse, que construiu uma marca baseada na imaginação e na fantasia.
👉 Se ele tivesse acreditado nessa crítica, talvez o mundo nunca tivesse conhecido a Disney.
🎤 Elvis Presley
Em 1954, Elvis foi rejeitado após uma apresentação e ouviu que “não dava certo como cantor” e deveria voltar a dirigir caminhões. Ele ignorou o conselho e, dois anos depois, estourou com “Heartbreak Hotel”.
👉 Hoje, é reconhecido como o Rei do Rock.
📚 J.K. Rowling
Antes de publicar Harry Potter, ela teve seu manuscrito recusado por 12 editoras, sendo considerada “muito fantasiosa” e “não comercial”. Detalhe, teve que abreviar o nome porque se tratava de uma mulher.
👉 Ela escolheu insistir. Hoje, é uma das autoras mais lidas do mundo.
🎨 Vincent van Gogh
Vendeu apenas um quadro em vida. Foi chamado de louco, rejeitado, ignorado.
👉 Hoje, suas obras valem milhões e influenciam gerações.
👩🏾🎓Michelle Obama
Ainda no colégio, uma orientadora disse a ela que “ela não era boa o suficiente". Mas Michelle escolheu outra lente.
👉 Hoje, é autora best-seller, advogada de renome, ex-primeira-dama dos EUA, referência global em educação, equidade e liderança.
E você profissional?
Na prática, vejo executivos brilhantes travando sua evolução profissional por acreditarem em críticas antigas às vezes feitas por líderes tóxicos, ambientes punitivos ou colegas inseguros. Quando uma crítica toca uma dor antiga, ela gruda. E esse é o ponto onde precisamos ter consciência e decidir:
Qual lente vou usar para me ver agora?
Você pode escolher uma lente mais justa. Uma que considere o contexto. Que valorize suas conquistas. E que reconheça que errar não é fracassar, é crescer.
O que a Psicologia lhe diz
Na psicologia, a maneira como lidamos com críticas tem muito a ver com a forma como fomos construindo nossa autoestima ao longo da vida. Quando crescemos em ambientes onde só recebíamos amor, atenção ou reconhecimento se fôssemos “bons”, acertássemos ou atendêssemos expectativas, aprendemos que nosso valor está sempre condicionado ao olhar do outro.
Carl Rogers, um dos psicólogos mais influentes, dizia que todos nós temos um potencial enorme para crescer e ser quem realmente somos, mas esse potencial só floresce quando somos aceitos como somos, sem tantas cobranças. Quando isso não acontece, passamos a viver tentando agradar, com medo constante de errar ou não sermos suficientes.
E o que acontece quando recebemos uma crítica? Se ela toca em algo que já duvidamos dentro de nós, ela dói muito mais. E pior: muitas vezes, começamos a acreditar que aquela crítica é verdade. Mesmo que venha de alguém que nem nos conhece de verdade.
A Kristin Neff - doutorada em desenvolvimento moral pela Universidade da Califórnia em Berkeley e bacharelado em Estudos da Comunicação pela Universidade de Los Angeles, estuda autocompaixão, mostra que pessoas que se criticam demais ou acreditam em todas as críticas que ouvem acabam desenvolvendo mais ansiedade, insegurança e até sintomas de depressão.
Por isso, vale lembrar: uma crítica não diz tudo sobre você. Ela mostra o ponto de vista de alguém, num momento específico, mas não define quem você é.
Você pode ouvir. Refletir. Aprender, se fizer sentido. Mas também pode escolher olhar para si com mais generosidade e firmeza, reconhecendo sua trajetória, seus esforços e tudo o que você já superou.
“Quando você adota a lente dos outros para se enxergar, corre o risco de construir uma marca pessoal que não representa quem você realmente é apenas quem esperam que você seja.”
Como psicóloga de carreira, deixo três reflexões:
- Toda crítica diz algo mas não tudo. Ela revela o olhar do outro, mas não define sua essência.
- Você tem o direito de revisar os rótulos que carrega. Muitos não foram escolhidos, apenas herdados.
- A forma como você se enxerga é o que realmente move sua carreira. E isso é libertador.
Vamos aos Exercícios Práticos: “Essa crítica me define?”
Este exercício foi criado para ajudar você a lidar com críticas de forma mais consciente, resgatando sua autoestima e clareza sobre quem você é.
Passo 1: Escreva a crítica
Anote uma crítica que tenha te marcado. Pode ser algo recente ou antigo, que ainda reverbera na sua memória.
Exemplo: “Você não tem perfil de liderança.”
Passo 2: Quem disse isso e em que contexto?
Escreva quem te disse isso e qual era a situação. Essa crítica veio de alguém que te conhece bem? Era um ambiente saudável?
Exemplo: “Foi meu antigo gestor, num feedback depois de eu não aceitar um projeto mal estruturado.”
Passo 3: O que essa crítica toca dentro de mim?
Agora vá mais fundo. Essa frase ativa alguma insegurança que você já tinha? Ou te pega de surpresa?
Exemplo: “Toca na minha insegurança de não ser respeitada. Já ouvi isso em casa, quando criança.”
Passo 4: Quais evidências eu tenho do contrário?
Liste situações reais em que você agiu de forma diferente da crítica. Encontre provas da sua competência e valor.
Exemplo: “Já liderei um projeto com 10 pessoas, entreguei no prazo e recebi elogios da diretoria.”
Passo 5: Se essa crítica fosse um óculos, eu escolheria usá-lo?
Imagine que essa crítica é um par de lentes. Você quer usá-las para enxergar a si mesma todos os dias?
✅ Sim, se ela trouxer aprendizado.
❌ Não, se ela apenas me diminui sem base real.
Passo 6: Uma nova frase para mim
Reescreva essa crítica de forma mais justa, honesta e fortalecedora.
Exemplo: ❌ “Você não tem perfil de liderança.”
✅ “Eu tenho meu próprio estilo de liderança, e sigo em constante evolução.”
Dica final:
Leia sua nova frase em voz alta, todos os dias por uma semana. Lembre-se: a forma como você se vê tem mais poder do que qualquer crítica.
Você pode escolher a lente da compaixão, da responsabilidade, da evolução. E, se quiser, pode inclusive devolver a lente que um dia lhe deram porque ela nunca serviu em você.
E, se precisar de ajuda para redescobrir quem é você, conte comigo!
Abraços,
Juliana Starosky
Ajudo Executivos e Gestores a fortalecerem sua Marca Pessoal | Transição, Consultoria, Mentoria de Carreira | Saúde Mental 🧠| Fundadora da Starosky Consultoria | 🌟Newsletter Headhunter da Carreira®
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