Há 9 horas e 54 minutos
Diante da queda livre nas vendas de caminhões e ônibus, as montadoras e empresas de autopeças estão buscando reduzir a produção e, por enquanto, preservar empregos. A fabricante de motores diesel MWM International recorreu a um expediente já usado no primeiro trimestre de 2009, um período difícil para o setor, logo após a economia brasileira sentir o impacto da crise financeira de 2008. Ela decidiu reduzir a jornada de trabalho e os salários de 3,9 mil funcionários administrativos e das linhas de produção de Canoas (RS) e São Paulo. A medida, objeto de acordo com os sindicatos dos metalúrgicos, vale para junho, julho e agosto e poupa a demissão de cerca de 900 trabalhadores.
A Mercedes-Benz anuncia hoje novas medidas para ajustar sua produção em São Bernardo do Campo. Além de adotar semana curta - quatro dias úteis -, a montadora já concedeu férias coletivas de dez dias em abril, colocou 480 operários em licença remunerada e parou a produção na semana passada. A Scania chegou a interromper a fabricação por quatro vezes entre abril e maio, e agora negocia novas paradas. A Volvo planeja usar o banco de horas de 1,3 mil empregados a partir do fim do mês.
A MAN, líder no mercado de caminhões com a marca Volkswagen, deve seguir o mesmo caminho. Ela vai suspender a produção nas próximas duas semanas e dar férias coletivas aos funcionários da fábrica de Resende (RJ), segundo o sindicato local. Nenhum representante da empresa foi encontrado para comentar a informação. Segundo Bartolomeu Citeli, diretor do sindicato dos metalúrgicos na região de Volta Redonda, a MAN se reúne hoje com representantes dos trabalhadores para discutir a produção no segundo semestre.
No primeiro quadrimestre, a produção de caminhões caiu 30,3% em relação ao mesmo período de 2011, e a de chassis para ônibus, 35%, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores. As mudanças na tecnologia de motores de caminhões e ônibus, a partir de 1º de janeiro, encareceram o preço dos veículos em até 15%. O novo padrão, Euro 5, é menos poluente, mas é mais caro e usa combustível com baixo teor de enxofre, ainda não disseminado nos postos de abastecimento. Houve antecipação de produção dos modelos antigos e encalhe dos novos.
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