Marco Antonio Lampoglia fala sobre as grandes transformações esperadas para a área de RH e seu impacto na rotina das empresas
Os ventos da mudança devem soprar cada vez mais forte nos próximos anos para os profissionais de Recursos Humanos. A experiência vivida por diversas empresas, sobretudo no exterior, indica que o setor deve passar por uma forte reestruturação nos próximos anos, deixando de exercer de maneira centralizada algumas de suas atribuições mais tradicionais, como a seleção e o treinamento de funcionários.
Marco Antonio Lampoglia, diretor da Active Educação e Desenvolvimento Humano, comprovou as tendências que vão reger essa transformação da área ao participar do simpósio promovido no final do ano passado pela Society for Human Resource Management em Alexandria (Virgínia, EUA). Segundo ele, há uma forte busca pela descentralização dos processos.
“A área de RH se tornou muito burocratizada, carregadora de piano. São poucas as que participam das decisões estratégicas nas empresas. Por conta disso, seu papel nas empresas está sendo revisto. Uma grande reformulação está acontecendo, ou poderíamos dizer até que é uma revolução”, explica. “A tendência é que o RH se torne um elo de consultoria interna, de forma a facilitar as ações dentro das organizações. Seu papel passa a ser transferir conhecimento”, aponta o especialista.
Novo modelo de seleção e treinamento
Com a descentralização, os demais departamentos ganham espaço participando de forma bem mais ativa nos processos de seleção e treinamento, por exemplo, enquanto o RH contribui oferecendo seu know-how. Os budgets relativos a essas tarefas, que anteriormente ficavam no RH, também passam a ser alocados nas próprias áreas. Caberá ao RH ajudar a administrar esses recursos da melhor maneira.
O processo de seleção de pessoal passa a ser realizado por equipes locais. O trabalho de consultoria do RH vem desde a construção e o entendimento do perfil do profissional que será contratado. O gestor não decide mais sozinho quem será o escolhido. A decisão final vem de todo o time que vai trabalhar ao lado desse profissional.
A decisão sobre os treinamentos também deixa de acontecer de maneira arbitrária e centralizada. Estudos mais aprofundados ajudam a determinar as necessidades dos profissionais e a mensuração de resultados é conduzida de maneira mais consistente, mesmo quando se trata de mudanças atitudinais da equipe.
Boa ou má mudança?
Afinal, uma mudança assim representa uma vitória ou uma derrota para o profissional de recursos humanos? “É uma mudança drástica. Sinceramente, não sei dizer”, admite Lampoglia. “Por um lado, muita gente pode perder o emprego. Quem quiser permanecer no mercado precisará buscar a qualificação adequada. Por outro lado, o profissional de RH se liberta de algumas tarefas para desempenhar sua vocação original, contribuindo efetivamente para o desenvolvimento humano com mais eficiência”, completa.
Apesar de tais tendências se espalharem por empresas do mundo todo, como no Google, na Egon e na Semco, Lampoglia imagina que os brasileiros devem receber as novidades com ressalvas. “O problema é que a legislação trabalhista brasileira é atrasada e arcaica. Demanda uma grande mão de obra operacional e burocrática, que acaba ficando a cargo do RH. Isso significa que essas mudanças podem demorar mais a chegar por aqui”, analisa. Outra possibilidade é que aconteça uma segregação entre burocratas e consultores dentro dos RHs.
Para Lampoglia, os problemas que hoje vemos nas áreas de RH são reflexo de como as empresas enxergam as pessoas. Ele entende que essa mentalidade precisa mudar e diz que um movimento precisa nascer a partir da congregação da comunidade acadêmica, consultorias e profissionais da área para que as empresas finalmente passem a ver as pessoas como o centro da organização.
Portal HSM
27/04/2012
Os ventos da mudança devem soprar cada vez mais forte nos próximos anos para os profissionais de Recursos Humanos. A experiência vivida por diversas empresas, sobretudo no exterior, indica que o setor deve passar por uma forte reestruturação nos próximos anos, deixando de exercer de maneira centralizada algumas de suas atribuições mais tradicionais, como a seleção e o treinamento de funcionários.
Marco Antonio Lampoglia, diretor da Active Educação e Desenvolvimento Humano, comprovou as tendências que vão reger essa transformação da área ao participar do simpósio promovido no final do ano passado pela Society for Human Resource Management em Alexandria (Virgínia, EUA). Segundo ele, há uma forte busca pela descentralização dos processos.
“A área de RH se tornou muito burocratizada, carregadora de piano. São poucas as que participam das decisões estratégicas nas empresas. Por conta disso, seu papel nas empresas está sendo revisto. Uma grande reformulação está acontecendo, ou poderíamos dizer até que é uma revolução”, explica. “A tendência é que o RH se torne um elo de consultoria interna, de forma a facilitar as ações dentro das organizações. Seu papel passa a ser transferir conhecimento”, aponta o especialista.
Novo modelo de seleção e treinamento
Com a descentralização, os demais departamentos ganham espaço participando de forma bem mais ativa nos processos de seleção e treinamento, por exemplo, enquanto o RH contribui oferecendo seu know-how. Os budgets relativos a essas tarefas, que anteriormente ficavam no RH, também passam a ser alocados nas próprias áreas. Caberá ao RH ajudar a administrar esses recursos da melhor maneira.
O processo de seleção de pessoal passa a ser realizado por equipes locais. O trabalho de consultoria do RH vem desde a construção e o entendimento do perfil do profissional que será contratado. O gestor não decide mais sozinho quem será o escolhido. A decisão final vem de todo o time que vai trabalhar ao lado desse profissional.
A decisão sobre os treinamentos também deixa de acontecer de maneira arbitrária e centralizada. Estudos mais aprofundados ajudam a determinar as necessidades dos profissionais e a mensuração de resultados é conduzida de maneira mais consistente, mesmo quando se trata de mudanças atitudinais da equipe.
Boa ou má mudança?
Afinal, uma mudança assim representa uma vitória ou uma derrota para o profissional de recursos humanos? “É uma mudança drástica. Sinceramente, não sei dizer”, admite Lampoglia. “Por um lado, muita gente pode perder o emprego. Quem quiser permanecer no mercado precisará buscar a qualificação adequada. Por outro lado, o profissional de RH se liberta de algumas tarefas para desempenhar sua vocação original, contribuindo efetivamente para o desenvolvimento humano com mais eficiência”, completa.
Apesar de tais tendências se espalharem por empresas do mundo todo, como no Google, na Egon e na Semco, Lampoglia imagina que os brasileiros devem receber as novidades com ressalvas. “O problema é que a legislação trabalhista brasileira é atrasada e arcaica. Demanda uma grande mão de obra operacional e burocrática, que acaba ficando a cargo do RH. Isso significa que essas mudanças podem demorar mais a chegar por aqui”, analisa. Outra possibilidade é que aconteça uma segregação entre burocratas e consultores dentro dos RHs.
Para Lampoglia, os problemas que hoje vemos nas áreas de RH são reflexo de como as empresas enxergam as pessoas. Ele entende que essa mentalidade precisa mudar e diz que um movimento precisa nascer a partir da congregação da comunidade acadêmica, consultorias e profissionais da área para que as empresas finalmente passem a ver as pessoas como o centro da organização.
Portal HSM
27/04/2012
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