Se você perguntar para um colega de trabalho ou um amigo qual foi o período mais inovador de todos os tempos, ele provavelmente responderá: "hoje". De certa forma, ele tem razão: vivemos em uma sociedade saturada de tecnologias, onde ideias boas - e outras nem tanto - são mais facilmente executadas do que em qualquer outra época de nossa história. Temos estruturas para financiá-las, investidores anjo e fundos de capital prontos para alocar recursos, e qualquer um que saiba utilizar uma API ou compre uma impressora 3D é um agente de inovação em potencial.
As empresas mais inovadoras desde os primórdios da economia moderna são, provavelmente, algumas das quatro ou cinco marcas às quais hoje associamos esse conceito. Muitas delas foram construídas à sombra de um líder que dedicou boa parte do seu tempo para estimular, proteger, gerenciar e promover inovação.
É graças a esses líderes que hoje entendemos a importância dessas empresas em todas as instâncias da economia. Pesquisas mostram que executivos seniores dos mais diversos setores identificam a inovação como um dos principais fatores para alavancar o crescimento de suas empresas. Mas a realidade é diferente no nível corporativo: em apenas metade dessas companhias ela realmente faz parte do dia a dia do negócio ou da agenda do líder. Ao invés disso, é uma atividade paralela, uma "ilha de brainstorming" com workshops e leituras inspiradoras, que dura uma semana e não promove transformações nem mesmo no médio prazo.
Especialistas recomendam que líderes em todos os níveis da organização atuem como arquitetos da inovação, criando um ecossistema propício para que as pessoas se engajem de forma inovadora nos processos mais básicos da companhia. Isso significa abrir espaço para um ambiente de tentativa e erro que não está imune ao fracasso e que, por isso mesmo, produz fracassos melhores, como já sugeria Samuel Beckett.
O escritor Clay Shirky, autor do livro "A Cultura da Participação - Criatividade e Generosidade no Mundo Conectado", diz que "a melhor forma de se encontrar boas ideias é ter o maior número de pessoas testando o maior número possível de coisas". Nesse sentido, as mídias sociais seriam os laboratórios ideais para promover inovação. Hoje, somos milhões de pessoas conectadas a essas redes ao redor do mundo, testando o novo todos os dias, compartilhando experiências e contribuindo para a evolução das plataformas digitais.
Shirky, um dos principais teóricos da internet da atualidade, acredita que as redes poderiam provocar uma revolução educacional, social e política nunca antes vista, por permitir uma colaboração entre pessoas em diferentes partes do globo.
E se essa experiência social pudesse ser reproduzida nos escritórios físicos dessas empresas, fazendo com que a inovação permeie toda a organização - das equipes técnicas e de vendas ao administrativo -, traduzindo-se em produtos, ferramentas ou programas verdadeiramente transformacionais?
Equipes estimuladas a liderar projetos que não estão no escopo inicial de suas funções e que não trazem em si a obrigação do sucesso são aquelas com a maior chance de evolução. Imagine como seria se a maioria das empresas pudesse lançar um produto ou um serviço em beta e permitir que uma comunidade de pessoas testasse esse produto durante determinado tempo, criando uma cadeia de feedback para aprimorá-lo?
O social talvez seja a grande inovação dos tempos futuros. Em uma edição especial inteiramente dedicada ao tema, o jornal americano "The New York Times" pesquisou os objetos mais inovadores desde o nascer da humanidade. No topo da lista, uma surpresa: por mais de um milhão de anos, o machado imperou como a tecnologia dominante. Foi uma das poucas invenções humanas que realmente permitiram aos nossos ancestrais organizar a sociedade e o mundo em que viviam de acordo com as suas próprias necessidades e desejos, exatamente como a rede social poderá fazer um dia.
Alexandre Hohagen é vice-presidente do Facebook na América Latina e estreia a coluna, que será publicada quinzenalmente na editoria de Carreira. Ele revezará o espaço dedicado à discussão dos novos caminhos do mundo do trabalho com Rafael Souto, diretor- geral e CEO da consultoria Produtive
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Se você perguntar para um colega de trabalho ou um amigo qual foi o período mais inovador de todos os tempos, ele provavelmente responderá: "hoje". De certa forma, ele tem razão: vivemos em uma sociedade saturada de tecnologias, onde ideias boas - e outras nem tanto - são mais facilmente executadas do que em qualquer outra época de nossa história. Temos estruturas para financiá-las, investidores anjo e fundos de capital prontos para alocar recursos, e qualquer um que saiba utilizar uma API ou compre uma impressora 3D é um agente de inovação em potencial.
As empresas mais inovadoras desde os primórdios da economia moderna são, provavelmente, algumas das quatro ou cinco marcas às quais hoje associamos esse conceito. Muitas delas foram construídas à sombra de um líder que dedicou boa parte do seu tempo para estimular, proteger, gerenciar e promover inovação.
É graças a esses líderes que hoje entendemos a importância dessas empresas em todas as instâncias da economia. Pesquisas mostram que executivos seniores dos mais diversos setores identificam a inovação como um dos principais fatores para alavancar o crescimento de suas empresas. Mas a realidade é diferente no nível corporativo: em apenas metade dessas companhias ela realmente faz parte do dia a dia do negócio ou da agenda do líder. Ao invés disso, é uma atividade paralela, uma "ilha de brainstorming" com workshops e leituras inspiradoras, que dura uma semana e não promove transformações nem mesmo no médio prazo.
Especialistas recomendam que líderes em todos os níveis da organização atuem como arquitetos da inovação, criando um ecossistema propício para que as pessoas se engajem de forma inovadora nos processos mais básicos da companhia. Isso significa abrir espaço para um ambiente de tentativa e erro que não está imune ao fracasso e que, por isso mesmo, produz fracassos melhores, como já sugeria Samuel Beckett.
O escritor Clay Shirky, autor do livro "A Cultura da Participação - Criatividade e Generosidade no Mundo Conectado", diz que "a melhor forma de se encontrar boas ideias é ter o maior número de pessoas testando o maior número possível de coisas". Nesse sentido, as mídias sociais seriam os laboratórios ideais para promover inovação. Hoje, somos milhões de pessoas conectadas a essas redes ao redor do mundo, testando o novo todos os dias, compartilhando experiências e contribuindo para a evolução das plataformas digitais.
Shirky, um dos principais teóricos da internet da atualidade, acredita que as redes poderiam provocar uma revolução educacional, social e política nunca antes vista, por permitir uma colaboração entre pessoas em diferentes partes do globo.
E se essa experiência social pudesse ser reproduzida nos escritórios físicos dessas empresas, fazendo com que a inovação permeie toda a organização - das equipes técnicas e de vendas ao administrativo -, traduzindo-se em produtos, ferramentas ou programas verdadeiramente transformacionais?
Equipes estimuladas a liderar projetos que não estão no escopo inicial de suas funções e que não trazem em si a obrigação do sucesso são aquelas com a maior chance de evolução. Imagine como seria se a maioria das empresas pudesse lançar um produto ou um serviço em beta e permitir que uma comunidade de pessoas testasse esse produto durante determinado tempo, criando uma cadeia de feedback para aprimorá-lo?
O social talvez seja a grande inovação dos tempos futuros. Em uma edição especial inteiramente dedicada ao tema, o jornal americano "The New York Times" pesquisou os objetos mais inovadores desde o nascer da humanidade. No topo da lista, uma surpresa: por mais de um milhão de anos, o machado imperou como a tecnologia dominante. Foi uma das poucas invenções humanas que realmente permitiram aos nossos ancestrais organizar a sociedade e o mundo em que viviam de acordo com as suas próprias necessidades e desejos, exatamente como a rede social poderá fazer um dia.
Alexandre Hohagen é vice-presidente do Facebook na América Latina e estreia a coluna, que será publicada quinzenalmente na editoria de Carreira. Ele revezará o espaço dedicado à discussão dos novos caminhos do mundo do trabalho com Rafael Souto, diretor- geral e CEO da consultoria Produtive
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